Destaques da temporada 2017/2018

quinta-feira, 26 de abril de 2018
Olá, tudo bem?

Hoje vamos relembrar um pouco da temporada que está se encerrando. Vamos ver alguns fatos surpreendentes ou difíceis de se prever que aconteceram na patinação.


Time EUA



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Uma grande surpresa foi a escolha do time dos EUA para as Olimpíadas. No masculino, tivemos um nacional inusitado. Nathan Chen confirmou o favoritismo, mas Ross Miner obteve o segundo lugar e Vincent Zhou o teceiro lugar. Adam Rippon e Jason Brown, dois nomes bem conhecidos, acabaram fora do pódio. Daí se iniciou a discussão sobre quem seria enviado para as 3 vagas das Olimpíadas. Havia quem duvidasse que os EUA não mandassem um medalhista de prata, mas foi o que aconteceu com Ross Miner, cujos resultados internacionais foram cruciais para que ele ficasse de fora. O jovem Vincent, por outro lado, teve boas participações no júnior e ganhou uma vaga. Adam Rippon acabou também garantindo sua passagem para PyeongChang, embora com um pouco mais de sufoco do que todo mundo esperava.

No feminino também tivemos surpresas. Com a patinação dominada por Gracie Gold e Ashley Wagner durante anos, quem poderia esperar que nenhuma das duas fosse para as Olimpíadas? Mas foi exatamente o que aconteceu. A maior surpresa foi Bradie Tennell, que venceu o nacional. Mirai Nagasu, que ficou de fora das Olimpíadas de Sochi em uma escolha polêmica, dessa vez não deixou dúvidas para a federação. Karen Chen ficou à frente de Ashley Wagner, gerando nova discussão sobre quem seria enviada. No final, Karen foi escolhida.

Kaori Sakamoto

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Na luta acirrada pelas 2 vagas japonesas para o evento feminino das Olimpíadas, pouca gente dava atenção para Kaori. Afinal, ela tinha acabado de vir do júnior e tinha concorrentes muito fortes. Mas graças a uma boa temporada, que começou com a quase classificação dela para a final do Grand Prix e terminou com um segundo lugar no campeonato japonês, Kaori recebeu a honra de disputar as Olimpíadas. Acabou na 6ª posição.

Zagitova venceu Medvedeva e perdeu o Mundial

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Todos esperavam muito de Alina Zagitova no início da temporada, mesmo sendo sua estreia no sênior. Para começar, experiência não parece ser um ativo de muito valor na patinação feminina dos últimos tempos. É normal que atletas já cheguem no sênior disputando as primeiras posições. Além disso, Zagitova sempre demonstrou ótimos saltos, muita resistência física e habilidades de patinação que a permitia ganhar pontos importantes. O que era difícil de prever é que ela seria capaz de bater Evgenia Medvedeva nas Olimpíadas. Claro, o fato de Medvedeva ter uma lesão pode ter ajudado. Mas ainda assim ela parecia recuperada, tanto que quebrou seus próprios recordes em PyeongChang.

Só que as surpresas não pararam por aí. Zagitova foi ao Mundial, dessa vez sem Medvedeva. Após um programa longo desastroso, a campeã olímpica não conseguiu nem chegar ao pódio. No fim, Kaetlyn Osmond ganhou seu primeiro Mundial. Mais tarde, Zagitova atribuiu a má atuação ao fato de que cresceu de forma rápida nas últimas semanas e ainda não se adaptou a isso. Seria o fim de seu reinado? Isso só saberemos na temporada que vem.

Yuzuru Hanyu vencer as Olimpíadas voltando de lesão

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Yuzuru Hanyu sempre é favorito para as competições em que participa. Mas esse ano uma séria lesão fez com que essa convicção ficasse abalada. Para quem assiste de fora, pode até parecer exagero. Mas o próprio técnico de Yuzu, Brian Orser, em entrevistas após PyeongChang, deu uma boa ideia da gravidade da situação. Somente a grande determinação de Yuzu, combinada com a competência da sua equipe técnica fez com que ele pudesse não só competir nas Olimpíadas, mas também conseguir estar em forma para vencer a competição.

Dança nas Olimpíadas

 

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A vitória da dupla Tessa/Scott não pode ser considerada uma surpresa, já que a dupla era uma das grandes favoritas (aliás, falamos mais sobre eles aqui). O surpreendente foi o acidente com o traje de
Gabriella Papadakis no programa curto, que acabou dando algum fôlego para Tessa e Scott no longo. Saber ao certo o quanto esse fato influenciou no resultado é impossível. É certo que a dupla canadense tinha total condição de vencer sem isso e que fizeram programas maravilhosos. Mas também é verdade que esse fato afetou muito a dupla francesa, tanto nos pontos do programa curto quanto no psicológico.


Alexandra Trusova no Mundial Júnior


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Trusova não chegava a ser exatmente uma surpresa no início da temporada. Todos sempre esperam muito das atletas treinadas pela Eteri Tutberidze. Não é à toa que as medalhas de ouro e de prata do evento feminino das Olimpíadas foram para patinadoras de sua academia. Mas pouca gente podia esperar 2 quádruplos em um único programa, ou uma nota técnica superior àquela conquistada pelo campeão masculino do mesmo evento. Alguns se surpreendem pela idade de Trusova, mas eu penso exatamente o contrário. A atual tendência das patinadoras é apresentar programas técnicos difíceis bem cedo. Manter essa forma nos profissionais por um longo tempo é um grande desafio. Só nos resta torcer para que ela consiga ficar longe de lesões e lidar com as mudanças do corpo decorrentes da adolescência, para que consiga continuar executando quádruplos.


E então, teve algum outro acontecimento nesta temporada que foi inesperado para vocês?
Até mais.


Por que as mulheres usam patins brancos e os homens patins pretos?

segunda-feira, 23 de abril de 2018
Olá!

Quem acompanha patinação artística no gelo já deve ter percebido que geralmente as mulheres usam botas brancas e os homens botas pretas. Hoje vamos explicar o porquê disso.


https://www.theglobeandmail.com/sports/olympics/tessa-virtue-and-scott-moir-break-world-record-in-short-dance-in-quest-for-gold-at-winter-olympics/article38019598/


A diferença de cores nas botas dependendo do gênero do patinador tem uma longa história no esporte. Essa tradição já acontece a quase um século e envolve uma das maiores estrelas da patinação!







Antigamente, todos os patinadores usavam patins pretos. A patinadora norueguesa Sonja Henie introduziu a ideia de que as mulheres deveriam usar botas brancas. Sonja foi campeã olímpica três vezes e é considerada uma lenda no esporte. Quando ela tinha 15 anos se tornou a mulher mais jovem a ganhar uma medalha de ouro nas olimpíadas na época (1928). Ela deteve esse título até a patinadora americana Tara Lipinski, dois meses mais nova que Sonja, lavar o ouro em 1998. Além de introduzir as botas brancas, Sonja também mudou o estilo das roupas que as patinadoras usavam. Até então, elas usavam roupas bem comuns, com saias compridas. Sonja introduziu a ideia de usar vestidos bonitos com saias mais curtas.


https://br.pinterest.com/pin/850335973366175257/


Atualmente temos botas de cores variadas, usadas especialmente por patinadores amadores. Para quem patina apenas por lazer, a variedade de patins mais simples, feitos com bota macia, é enorme. Algumas fabricantes oferecem a opção de customizar bastante as botas. Já entre as patinadoras profissionais, algumas optam por usar bota bege. Outra opção é usar capas de patins coloridas. É uma solução bem útil para homens iniciantes que ainda não tem patins pretos. Eles podem cobrir os patins bancos com a capa preta temporariamente. Os patins de aluguel também são feitos nas cores mais variadas.


O que vocês acham da tradição de mulheres usarem botas brancas e homens pretas? Vocês gostariam de ver os patinadores profissionais usando patins mais coloridos?

Até  o próximo post!





Tessa Virtue e Scott Moir

quinta-feira, 19 de abril de 2018
Olá, tudo bem?

Hoje vamos falar da dupla de dança canadense Tessa Virtue e Scott Moir, bi-campeões olímpicos na categoria dança no gelo.

Fonte

Tessa nasceu na cidade de London, no Canadá, em 1989. Scott nasceu na mesma cidade, dois anos antes. Eles se conhecem desde crianças. Ambos patinavam e o tio de Scott era treinador de Tessa.

Aos 9 anos, Tessa teve que tomar uma importante decisão. Ela foi chamada para integrar a prestigiada Escola Nacional de Balé e recusou para dar seguimento à sua carreira como patinadora.

A carreira deles como patinadores começou a  ganhar destaque na temporada 2003-2004, com a primeira participação no Grand Prix Júnior, tendo como resultados um 4º e um 6º lugares. Na mesma temporada, eles venceram o campeonato júnior canadense e ficaram em 11º lugar no Mundial Júnior. Em 2004-2005, a dupla melhorou o resultado. Chegaram à final do Grand Prix Júnior, na qual ficaram com a medalha de prata, conquista repetida também no Mundial Júnior. Um quarto lugar no campeonato canadense sênior completa lista de conquistas.

Em 2005-2006, Tessa e Scott fizeram a transição para o sênior. Começaram ganhando o Grand Prix Júnior. Daí passaram para um 3º lugar no campeonato canadense e a classificação para o Campeonato dos Quatro Continentes, no qual conquistaram a medalha de bronze. Para terminar, a dupla venceu o Mundial Júnior. Os dois também chegaram a ser escolhidos como reservas para as Olimpíadas, mas não participaram do evento.

A temporada de 2006-2007 foi totalmente dedicada ao sênior. Nos eventos do Grand Prix, ficaram na 4º e na 2º posição. Ganharam a medalha de prata no canadense e o bronze no Quatro Continentes. Um sexto lugar no Mundial fechou a temporada.

Em 2007-2008, a dupla finalmente venceu um evento internacional sênior: o Quatro Continentes. Um segundo lugar no Mundial e na final do Grand Prix também foram feitos dignos de nota. Para completar, Tessa e Scott venceram o primeiro campeonato canadense.

O primeiro grande revés da dupla aconteceu na temporada 2008-2009. Tessa foi diagnosticada com síndrome compartimental crônica e teve que passar por uma cirurgia. Além do problema físico, os patinadores já disseram em entrevista que esse problema acabou por levar a um afastamento dos dois fora do gelo, já que passaram muito tempo sem conviver adequadamente. Em uma categoria em que a química entre os patinadores é fundamental, essa negligência foi outro problema com que a dupla teve que lidar, além da recuperação física de Tessa. Apesar disso, terminaram a temporada com uma prata no Campeonato dos Quatro Continentes e um bronze no Mundial.

2009-2010 marcou a estreia da dupla nos Jogos Olímpicos. Antes, obtiveram a medalha de prata na final do Grand Prix, perdendo para a dupla Meryl Davis/Charlie White, dos EUA. Já nos Jogos de Vancouver, a dupla terminou o programa curto 1,02 pontos atrás dos americanos, mas se recuperaram no longo e conquistaram a medalha de ouro sob os olhos do público canadense. Eles foram os primeiros campeões da categoria dança a vencerem logo em sua primeira participação em Olimpíadas. Como complemento para a temporada, eles venceram também o Mundial, batendo novamente Davis/White.

Fonte


A síndrome compartimental crônica voltou a atacar Tessa em 2010, levando a uma nova cirurgia. Eles tentaram voltar no Quatro Continentes, mas acabaram abandonando a dança longa, pois ela sentiu uma lesão. No Mundial, a dupla ficou em segundo lugar, superados por Davis/White.

Em 2011-2012, a dupla voltou à boa forma. Ficaram em 2º lugar na final do Grand Prix e venceram o Quatro Continentes e o Mundial. Na temporada seguinte, algumas lesões atrapalharam a dupla: um problema no pescoço de Scott os tirou de uma etapa do Grand Prix e cãibras na perna de Tessa pausaram a apresentação durante o Quatro Continentes. Apesar disso, eles terminaram na 2ª posição, mesmo lugar conquistado no Mundial daquele mesmo ano.

A temporada 2013-2014 marcou a segunda participação da dupla em Olimpíadas. Antes, Tessa/Scott ficaram em segundo lugar na final do Grand Prix, sendo superados novamente por Davis/White. Nos Jogos de Sochi, essa grande rivalidade ganhou mais um capítulo. Após o programa curto, Tessa/Scott ficaram atrás dos americanos, em uma disputa que gerou polêmica. O antigo patinador de dança Petri Kokko chegou a fazer um tweet afirmando que a dupla canadense deveria estar liderando. No programa longo, Tessa/Scott quebraram o recorde mundial, mas logo depois foram superados novamente por Davis/White. O jornal l´Équipe chegou a alegar que houve uma conspiração entre os juízes americanos e russos para beneficiar Davis/White e Adelina Sotnikova. No evento de times, Tessa/Scott participaram tanto do programa curto quanto do longo e terminaram na segunda colocação em ambos, também perdendo para Davis/White. O saldo daquelas Olimpíadas foi de duas pratas para a dupla canadense.

Após Sochi, Tessa e Scott pararam de competir por duas temporadas, pensando se retornariam ou não. Em 2016, eles voltaram à ativa, com novos treinadores (Marie-France Dubreuil e Patrice Lauzon). O resultado foi a conquista da final do Grand Prix, do Quatro Continentes e do Mundial na mesma temporada.

 Em uma nova temporada olímpica, as coisas começaram a não ficar tão fáceis para a dupla canadense. A final do Grand Prix acabou sendo vencida pela dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron. Sinal de que o reinado estava ameaçado, bem no momento em que os jogos olímpicos se aproximavam.

Nas Olimpíadas de PyeongChang, Tessa e Scott participaram novamente do evento de times no curto e no longo, vencendo com facilidade em ambas as ocasiões. Ao contrário de Sochi, aqui Tessa e Scott não tiveram que enfrentar seus maiores rivais, já que a França não enviou Gabriella e Guillaume para o evento de times. No geral, o Canadá ganhou com facilidade, trazendo mais uma medalha de ouro para a dupla.

Na competição individual, Tessa e Scott bateram seu recorde pessoal no curto e viram seus adversários principais terem problemas por causa do traje de Gabriella. No longo, os franceses se recuperaram e fizeram um dos melhores programas da carreira. Mas Tessa e Scott entraram depois e quebraram o recorde pessoal do longo, conquistando a medalha de ouro - a segunda individual e a terceira contando com o evento de times. Somando as duas outras medalhas de prata, os canadenses se tornaram os patinadores mais premiados em Olimpíadas.

Nas Olimpíadas, a dupla experimentou outro momento especial: foram escolhidos como porta-bandeiras da delegação olímpica canadense na cerimônia.

Após os Jogos, o futuro da dupla ainda é incerto. É provável que se aposentem. Em compensação, fica claro o quanto eles se divertem no gelo e isso pode fazer com que queiram patinar um pouco mais.

Como é o caso de muitas duplas, muitos especulam sobre envolvimento amoroso entre ambos. Segundo uma entrevista deles, a relação deles não tem espaço para isso. Curiosamente, eles já "namoraram" quando eram crianças por 8 meses, mas tudo terminou quando os colegas de Scott zombaram dele por causa disso.

Tessa e Scott já lançaram um livro, chamado "Tessa and Scott: Our Journey from Childhood Dream to Gold", no qual contam sobre a carreira e a vida pessoal. Vale lembrar que ele foi publicado em 2011, então nada do que veio depois está lá. O livro pode ser comprado pela Amazon e tem estoque aqui no Brasil no momento.

Fonte


Após as Olimpíadas, Tessa e Scott foram ao famoso programa da Ellen Degeneres Show e chegaram inclusive a fazer um teste de conhecimento para casais. O vídeo em inglês está no YouTube.

Há um blog interessante em inglês dedicado à dupla canadense, reunindo vídeos, entrevistas, fotos, etc... O link está aqui.

Tessa e Scott também possuem um blog próprio, que pode ser visto aqui.

Para comprar o livro deles pela Amazon clique aqui.


O que vocês acharam de mais interessante sobre eles?


Até mais!


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Principais fabricantes de patins | lâminas

sexta-feira, 13 de abril de 2018
Olá!

Finalmente fizemos a segunda parte do post sobre fabricantes de patins. Primeiro falamos sobre os fabricantes de botas. Hoje vamos listar as empresas que produzem lâminas. As lâminas são muito importantes na patinação, e tem modelos diferentes para cada nível e objetivo.



Jackson Ultima
[Site]

Já falamos bastante sobre essa empresa no post sobre os fabricantes de botas. A Jackson Ultima foi fundada em 1966 e produz tanto botas quanto lâminas. É uma empresa que se preocupa muito com a tecnologia e a qualidade dos produtos. As lâminas da Jackson Ultima são usadas por patinadores de alto nível. Alguns patinadores que usam Jackson Ultima: Anna Pogorilaya, Maria Sotskova, Gillaume Cizeron e Jason Brown.


http://www.jacksonultima.com/en/Index.aspx?product=suT7oFRhpKwmqqUDp/ISgw1A2B3C4D5E1A2B3C4D5E




MK
[Site]

A Mitchel & King (MK) Skates foi fundada em 1946 na Inglaterra. Durante 60 anos todos os campeões do Europeu, do Mundial e das Olimpíadas na Dança no Gelo usavam as lâminas da MK. O objetivo da MK é fazer lâminas milimetricamente perfeitas. Sua lâminas são robustas e flexíveis, feitas com um aço temperado superior. Essa empresa combina alta tecnologia com artesãos habilidosos para produzir as lâminas. Alguns patinadores que usam lâminas da MK são: Gabriella Papadakis, Tessa Virtue, Scott Moir, Maia Shibutani, Alex Shibutani, Misha Ge, Patrick Chen e Boyang Jin. Aqui tem uma lista de patinadores famosos que foram medalhistas usando as lâminas da MK.


https://www.mkblades.com/products
Fonte




John Wilson
[Site]

John Wilson foi um fabricante de ferramentas no século XVII e fez patins para a corte real britânica. A própria rainha Vitória encomendou patins para ela e seu marido com John. A empresa vem produzindo lâminas com aço da mais alta qualidade a mais de 300 anos. As lâminas dessa marca tem sido usadas por campeões olímpicos, nacionais e mundiais há décadas. Yuzuru Hanyu, Shoma Uno, Nathan Chen, Evgenia Medvedeva, Carolina Kostner, Mirai Nagasu são alguns dos patinadores que usam lâminas John Wilson (vejam mais aqui).


https://www.johnwilsonskates.com/products
Fonte




Riedell / Eclipse blades
[Site]
A Riedell é fabricante de botas, por isso falamos sobre ela anteriormente. Essa empresa foi criada há mais de 70 anos por Paul Riedell e sua esposa Sophia com o objetivo de oferecer os patins de melhor qualidade disponíveis no mercado. O objetivo do fundador era disponibilizar patins que pudessem ser usados por pessoas de todas as idades e habilidades a um preço acessível. Essa marca é bem popular entre iniciantes e nas competições de níveis mais baixos. Costuma ser a primeira marca de muitos patinadores. Eles também oferecem patins para os níveis mais avançados. Eles fabricam as lâminas Eclipse. Patinadores que usam Riedell/Eclipse: Elena Radionova, Pipper Guilles, Paul Poirier, Brandon Frazier e Haven Denney.

https://www.shop-ice.riedellskates.com/Catalog/Eclipse-Blades/Advanced-Series/Pinnacle-Titanium-Blade
Fonte




Paramount
[Site]

A Paramount é uma fabricante americana. A missão da marca é produzir as lâminas mais leves, fortes e precisas do mercado usando uma engenharia inovadora. Eles oferecem 3 padrões de lâminas que se aproximam bastante dos modelos da MK e da Wilson. Suas lâminas suportam saltos quádruplos e são 50% mais leves e fortes. A Paramount é a única fabricante que oferece a possibilidade de customizar as lâminas com uma infinidade de cores. Javier Fernandez e Nicole Rajicova são patinadores que usam lâminas da Paramount.


https://www.paramountskates.com/blade-colors
Fonte




Essas são as marcas mais conhecidas e usadas por patinadores bem famosos. 

Até o próximo post!


As viradas (turns) - parte 2

domingo, 8 de abril de 2018
Olá, tudo bem?

Hoje vamos terminar de ver os turns. Já fizemos outro post sobre este mesmo assunto. 

Bracket


O bracket é outro turn com um pé só. A diferença entre ele e o three turn é que o bracket tem a virada para fora do círculo, enquanto o three turn é para dentro.



Fonte

O bracket pode ser iniciado patinando para frente ou para trás, com o fio externo ou interno. Por exemplo, se for iniciado patinando de costas no fio interno, ele vai terminar no fio externo para frente.


Vídeo explicativo sobre bracket:



Explicação sobre o bracket para frente com lâmina interna:





Explicação sobre o bracket para frente com lâmina externa:




Counter



A exemplo do bracket, a virada é feita para fora do círculo, mas tem a diferença de que aqui não há mudança de fio. Por exemplo, se o patinador está indo para frente no fio externo, ele vai sair para trás no fio externo.



Fonte

Seguem alguns vídeos demonstrando cada variação.

Fio interno para frente



Fio interno para trás



Fio externo para frente



Fio externo para trás




Rocker


Finalmente, o rocker é feito com um só pé faz a virada para dentro da curva, assim como o three turn. Mas o rocker mantém o mesmo fio após a virada. Por exemplo, se começa patinando para frente no fio interno, no final teremos o fio externo para trás.


Fonte



Fio interno para frente



Fio interno para trás



Fio externo para frente



Fio externo para trás




Ficamos por aqui. Os turns são habilidades básicas, mas certamente devem dar um grande trabalho para serem dominados, já que o patinador tem que aprender a fazer todas as variações de cada elemento. Também espero que fique mais fácil para todos acompanharem a dança no gelo, na qual os turns tem importância ainda maior do que nas outras categorias.

Até mais!


[Tradução] Dados revelam informações chocantes sobre patinação no gelo nas Olimpíadas

segunda-feira, 2 de abril de 2018
Olá, tudo bem?

Hoje vamos publicar um interessante artigo sobre um tema polêmico da patinação: a pontuação. O link original está aqui.


Sotnikova e a juíza russa durante as Olimpíadas de Sochi

Dados revelam informações chocantes sobre patinação no gelo nas Olimpíadas


Nas Olimpíadas de Sochi, em 2014, a patinadora russa Adelina Sotnikova ganhou a medalha de ouro. A antiga campeã, Yuna Kim, da Coreia do Sul, era a grande favorita a repetir o triunfo de quatro anos antes, e liderava após o programa curto.
Mas Sotnikova venceu após receber as maiores notas de sua carreira - e saiu do gelo para os braços de uma juíza russa. Com o abraço da russa, que era casada com o líder da federação de patinação da Rússia e foi um dos dois juízes russos que garantiram o ouro para Sotnikova, ganharam força os pedidos por investigação.

"Nosso queixo caiu", disse a patinadora americana Simon Shnapir, que assistia o evento junto com outros competidores, "mas ao mesmo tempo, todos nós sabemos como a patinação funciona... ou você lida com isso ou não."

Por fim, a International Skating Union, o órgão que administra o esporte, rejeitou as reclamações da federação da Coreia do Sul e manteve o ouro de Sotnikova. Com as Olimpíadas de 2018 na Coreia do Sul começando nessa semana, algumas pessoas próximas ao esporte dizem que estão preocupadas com um novo escândalo, pois acreditam que o sistema é enviesado e não foi feito o suficiente para conserta-lo.

 "Imagine o público assistindo futebol americano, um time faz um touchdown e não recebe pontos por isso", diz Chloe Katz, antiga patinadora profissional, que foi medalhista em competições dentro dos EUA e internacionais. "Acho que é o que vem acontecendo agora na patinação."

Um dos esportes mais populares das Olimpíadas de Inverno, a patinação vem sofrendo com controvérsias há muito tempo. A causa é o sistema de julgamento, dizem os críticos. A patinação permite grandes brechas para pontuação enviesada que não existem em outros esportes olímpicos.

Talvez a mais importante delas seja que as federações nacionais, e não o órgão internacional, que escolhem quais juízes vão ser enviados para as competições - e os juízes podem avaliar atletas de seus próprios países.

"Na minha opinião, isso é um claro conflito de interesses", disse a italiana Sonia Bianchetti, que foi juíza de patinação em sete Olimpíadas, "mas as regras não proíbem."

Além disso, quem for punido por trapaça pode recuperar sua elegibilidade como juiz. Aqueles que possuem posições de liderança nas associações nacionais também são elegíveis. A NBC News descobriu que de um total de 164 juízes elegíveis para o evento de patinação de PyeongChang, havia:

  •  33 juízes - aproximadamente um quinto do total - tinham posições de liderança em suas federações nacionais;
  • Um juiz italiano recebeu sanção por espiar as notas de outro juiz em 2010;
  • Um juiz italiano foi punido por violações duas vezes, uma por sinalizar a sua ordem de classificação para outro juiz batendo com o pé, e outra vez por conversar com outro juiz em russo;
  • A juíza que abraçou Sotnikova em Sochi;
  • Uma juíza coreana que disse a um jornal que asseguraria que patinadores de seu país, como Yuna Kim, não seriam prejudicados;

Todos eles podem julgar patinadores de seus próprios países, e há evidências estatísticas de que eles podem inflar a nota de seus compatriotas.  


Viés: o que os números mostram


O professor de economia de Dartmouth Eric Zitzewitz vem estudando as pontuações das competições internacionais de patinação há 15 anos e disse que encontrou um viés mensurável e consistente. Os dados no estudo que Zitzewitz publicou em 2006 e 2014 mostrou que os juízes de todos os países, incluindo os EUA, tem sido propensos a favorecer seus conterrâneos. Sob o atual código de pontuação, no qual um competidor principal de um evento de elite como as Olimpíadas podem chegar a uma pontuação tão grande quanto 225, Zitzewitz descobriu que em 2016 e 2017 os juízes adicionaram uma média de três pontos à pontuação acumulada de seus compatriotas.

Então, os juízes de algum país são especialmente  tendenciosos? "Eu descobri que países com a fama de serem mais corruptos em outros campos acabam sendo mais tendenciosos no julgamento dos patinadores", disse  Zitzewitz. "Vou parecer um pouco partidário enquanto americano, mas se você começar pela América e for mais para leste a tendência nacionalistas parece aumentar", ele disse.

Zitzewitz começou a estudar a patinação artística após o escândalo de 2002 nas Olimpíadas de Salt Lake City, que abalou o esporte. A máfia russa foi acusada de determinar a vitória do par russo, em detrimento dos canadenses, apesar do desempenho superior destes. Uma juíza francesa e o líder da federação francesa de patinação foram suspensos por 3 anos pela participação deles no esquema. Os canadenses também receberam a medalha de ouro.

A International Skating Union mudou o sistema de pontuação após Salt Lake, tornando-o mais complicado e supostamente difícil de burlar. Uma das regras forçava os juízes ao anonimato nas avaliações. O órgão internacional que administra o esporte acreditou que isso deteria o voto nacionalista, pois as federações não seriam capazes de ver em quem os juízes votaram e eles seriam livres da pressão.

Entretanto, de acordo com Zietzewitz os dados entre 2003 e 2009 mostraram que não houve mudanças no viés nacionalista da pontuação.

Fonte


Chloe Katz, que patinou nas competições antes e depois das regras mudarem, não acha que a mudança ajudou. "Eu acho que existem novas formas de parcialidade  que se manifestam nesse novo sistema", ela disse. Quando solicitada a comentar sobre a descoberta de Zitzewitz, a ISU disse que tem uma Comissão Oficial de Avaliação cujo "papel é avaliar anomalias na pontuação dos juízes e decisões tomadas pelo painel técnico."

Um ano e meio atrás, a ISU modificou novamente as regras, incluindo a reversão da decisão sobre o anonimato, em 2002. Os espectadores das Olimpíadas de PyeongChang saberão quais juízes deram cada nota.

"Eu acho que é provável que os juízes se sintam mais responsáveis", disse Zitzewitz. "Vai permitir que (os comentaristas) falem sobre a pontuação que veio de cada juiz particular de uma rotina particular", ele disse. "Se alguns dos juízes são discrepantes, isso vai permitir que se fale sobre eles e sobre porque deram essas notas. E eu acho que isso vai mudar o cálculo para um juiz que está pensando em ser parcial ou pensando em fazer um acordo com outro país,"

Porém, ele pensa que "certamente você verá juízes dando notas ligeiramente maiores para os competidores do mesmo país."

No seu comunicado, a ISU disse para a NBC News que tem um procedimento robusto para monitorar os juízes, incluindo penalidades para pontuação excessiva dos atletas. "O cancelamento do anonimato torna possível rastrear não só a qualidade do julgamento", diz a ISU, "mas também a parcialidade. Juízes que cometem erros ou dão notas excessivas para patinadores recebem uma advertência e podem ser penalizados pela ISU." Eles disseram que a "prioridade é garantir um resultado justo" durante os Jogos de PyeongChang.

A ISU respondeu as questões sobre oficiais das federações nacionais servirem como juízes e juízes darem notas para atletas de seus países apontando para as regras da constituição da ISU.

Perguntados especificamente sobre a pontuação de Sotnikova em Sochi, a ISU apontou que as queixas sobre o caso da juíza que abraçou a russa foram indeferidas.

A juíza afirmou para a ISU que em 2014 ela não foi a primeira ou a única pessoa que Sotnikova abraçou depois de vencer: "ela estava muito entusiasmada e estava abraçando todo mundo que conhecia."

Um porta-voz da federação de patinação dos EUA falou para a NBC News que o presidente da organização, Sam Auxier, recusou ser juiz em PyeongChang. "As regras da ISU permitem que o líder da federação julgue eventos", disse o porta-voz, Barbara Reichert. "Entretanto, para evitar conflito de interesses, Sam Auxier voluntariamente se desligou de qualquer competição sênior da ISU, das Olimpíadas de 2018 e do campeonato americano durante seu período de 4 anos de presidência da federação americana." Auxier, que é presidente desde 2014, julgou eventos menores - e patinadores americanos - durante sua presidência. Ele julgou nas Olimpíadas de Sochi em 2014 enquanto era vice-presidente da federação americana.


Enxergando além de PyeongChang


O que mais pode ser feito para melhorar o método de julgamento? Algumas sugestões de observadores são:

  • Proibir juízes de julgarem patinadores de seus países
  • Proibir participação de oficiais das federações nacionais como juízes
  • Deixar que a ISU escolha juízes baseada no mérito, em vez de permitir que os países decidam quem mandam para as Olimpíadas
  • Impedir que juízes punidos retornem ao esporte. Atualmente, um juiz punido por fraude pode retornar ao rol de juízes elegíveis para as Olimpíadas em poucos anos.
  • Profissionalizar os juízes. A maioria deles é de voluntários gratuitos.
A ISU  não respondeu o pedido para comentar sobre as propostas. "Nós trabalhamos a nossa vida inteira por isso," Katz, uma antiga competidora disse. "Você desiste de tanta coisa, e você espera que os juízes sejam justos."

Ucrânia, Coreia do Sul e Rússia não responderam os pedidos de comentário, e nem os juízes italianos e russos que foram punidos; e nem a juíza sul coreana disse que disse que os patinadores de seu país não seriam prejudicados; ou então a juíza russa que abraçou Sotnikova. A federação canadense, Skate Canada, disse que "respeita completamente e apoia as regulamentações da ISU em relação ao treinamento, escolha e elegibilidade dos oficiais em todas as disciplinas. Todos os oficiais que chegam a esse nível são fortemente treinados e escrutinados. Qualquer questão relativa  à elegibilidade dos oficiais nas Olimpíadas devem ser direcionadas para a ISU."

A federação japonesa disse que sua diretora, Yoshiko Kobayashi, está participando no mínimo de competições para "manter o requisitado pela ISU para a posição de juiz, que é uma vez a cada três anos." Ela não está julgando campeonatos "para evitar conflitos de interesses e para assegurar a justiça para os patinadores e o esporte."





O que vocês acham que deveria ser feito para melhorar este sistema?

Tenham uma ótima semana!

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