Olá, tudo bem?
Hoje vamos relembrar um pouco da temporada que está se encerrando. Vamos ver alguns fatos surpreendentes ou difíceis de se prever que aconteceram na patinação.
Time EUA
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Uma grande surpresa foi a escolha do time dos EUA para as Olimpíadas. No masculino, tivemos um nacional inusitado. Nathan Chen confirmou o favoritismo, mas Ross Miner obteve o segundo lugar e Vincent Zhou o teceiro lugar. Adam Rippon e Jason Brown, dois nomes bem conhecidos, acabaram fora do pódio. Daí se iniciou a discussão sobre quem seria enviado para as 3 vagas das Olimpíadas. Havia quem duvidasse que os EUA não mandassem um medalhista de prata, mas foi o que aconteceu com Ross Miner, cujos resultados internacionais foram cruciais para que ele ficasse de fora. O jovem Vincent, por outro lado, teve boas participações no júnior e ganhou uma vaga. Adam Rippon acabou também garantindo sua passagem para PyeongChang, embora com um pouco mais de sufoco do que todo mundo esperava.
No feminino também tivemos surpresas. Com a patinação dominada por Gracie Gold e Ashley Wagner durante anos, quem poderia esperar que nenhuma das duas fosse para as Olimpíadas? Mas foi exatamente o que aconteceu. A maior surpresa foi Bradie Tennell, que venceu o nacional. Mirai Nagasu, que ficou de fora das Olimpíadas de Sochi em uma escolha polêmica, dessa vez não deixou dúvidas para a federação. Karen Chen ficou à frente de Ashley Wagner, gerando nova discussão sobre quem seria enviada. No final, Karen foi escolhida.
Kaori Sakamoto
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Na luta acirrada pelas 2 vagas japonesas para o evento feminino das Olimpíadas, pouca gente dava atenção para Kaori. Afinal, ela tinha acabado de vir do júnior e tinha concorrentes muito fortes. Mas graças a uma boa temporada, que começou com a quase classificação dela para a final do Grand Prix e terminou com um segundo lugar no campeonato japonês, Kaori recebeu a honra de disputar as Olimpíadas. Acabou na 6ª posição.
Zagitova venceu Medvedeva e perdeu o Mundial
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Todos esperavam muito de Alina Zagitova no início da temporada, mesmo sendo sua estreia no sênior. Para começar, experiência não parece ser um ativo de muito valor na patinação feminina dos últimos tempos. É normal que atletas já cheguem no sênior disputando as primeiras posições. Além disso, Zagitova sempre demonstrou ótimos saltos, muita resistência física e habilidades de patinação que a permitia ganhar pontos importantes. O que era difícil de prever é que ela seria capaz de bater Evgenia Medvedeva nas Olimpíadas. Claro, o fato de Medvedeva ter uma lesão pode ter ajudado. Mas ainda assim ela parecia recuperada, tanto que quebrou seus próprios recordes em PyeongChang.
Só que as surpresas não pararam por aí. Zagitova foi ao Mundial, dessa vez sem Medvedeva. Após um programa longo desastroso, a campeã olímpica não conseguiu nem chegar ao pódio. No fim, Kaetlyn Osmond ganhou seu primeiro Mundial. Mais tarde, Zagitova atribuiu a má atuação ao fato de que cresceu de forma rápida nas últimas semanas e ainda não se adaptou a isso. Seria o fim de seu reinado? Isso só saberemos na temporada que vem.
Yuzuru Hanyu vencer as Olimpíadas voltando de lesão
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Yuzuru Hanyu sempre é favorito para as competições em que participa. Mas esse ano uma séria lesão fez com que essa convicção ficasse abalada. Para quem assiste de fora, pode até parecer exagero. Mas o próprio técnico de Yuzu, Brian Orser, em entrevistas após PyeongChang, deu uma boa ideia da gravidade da situação. Somente a grande determinação de Yuzu, combinada com a competência da sua equipe técnica fez com que ele pudesse não só competir nas Olimpíadas, mas também conseguir estar em forma para vencer a competição.
Dança nas Olimpíadas
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A vitória da dupla Tessa/Scott não pode ser considerada uma surpresa, já que a dupla era uma das grandes favoritas (aliás, falamos mais sobre eles aqui). O surpreendente foi o acidente com o traje de
Gabriella Papadakis no programa curto, que acabou dando algum fôlego para Tessa e Scott no longo. Saber ao certo o quanto esse fato influenciou no resultado é impossível. É certo que a dupla canadense tinha total condição de vencer sem isso e que fizeram programas maravilhosos. Mas também é verdade que esse fato afetou muito a dupla francesa, tanto nos pontos do programa curto quanto no psicológico.
Alexandra Trusova no Mundial Júnior
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Trusova não chegava a ser exatmente uma surpresa no início da temporada. Todos sempre esperam muito das atletas treinadas pela Eteri Tutberidze. Não é à toa que as medalhas de ouro e de prata do evento feminino das Olimpíadas foram para patinadoras de sua academia. Mas pouca gente podia esperar 2 quádruplos em um único programa, ou uma nota técnica superior àquela conquistada pelo campeão masculino do mesmo evento. Alguns se surpreendem pela idade de Trusova, mas eu penso exatamente o contrário. A atual tendência das patinadoras é apresentar programas técnicos difíceis bem cedo. Manter essa forma nos profissionais por um longo tempo é um grande desafio. Só nos resta torcer para que ela consiga ficar longe de lesões e lidar com as mudanças do corpo decorrentes da adolescência, para que consiga continuar executando quádruplos.
E então, teve algum outro acontecimento nesta temporada que foi inesperado para vocês?
Até mais.