Sophia Trophy | Primeira medalha de ouro do Brasil na patinação artística!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Olá pessoal!

Resolvemos fazer este post extra para falar sobre o Sophia Trophy. Esse evento aconteceu no último fim de semana e teve a participação da patinadora brasileira Isadora Williams. 




Sobre o Sophia Trophy

O Sophia Trophy é um evento internacional oficial, que consta no calendário da ISU. É disputado todo ano na cidade de Sofia, Bulgária. Não é um evento tão prestigiado como o Grand Prix e Mundial, mas já atraiu algumas boas promessas ou atletas de nível olímpico nas suas duas edições. Este ano, por exemplo, contou com Alexander Petrov, o terceiro colocado no nacional russo masculino.

Primeira medalha de ouro para o Brasil

Talvez o melhor modo de ter alguma ideia do que significa essa vitória e o que esperar para o futuro seja ver a nota da Isadora e as suas principais adversárias na competição.

Anita Ostlund é uma patinadora vinda dos júniores recentemente. Esta temporada conseguiu a terceira colocação no campeonato sueco sênior. Terminou em segundo lugar no Sophia Trophy. Micol Cristini é uma patinadora mais experiente. Recentemente obteve a quarta colocação no campeonato italiano. Ficou na terceira posição no torneio. Gerli Liinamae foi a quarta colocada. É a atual vice-campeã estoniana.

A nota de Isadora foi  144.75, sendo 50,99 no programa curto. Vamos então compara-la ao Mundial do ano passado. É uma comparação muito imprecisa, já que o julgamento na patinação depende de fatores subjetivos e alguns dias os juízes podem ser mais ou menos severos. Mas acho que dá para tirar algo daí.

Se tivesse tirado essa nota do mundial do ano passado, Isadora teria passado para o programa longo e no total teria ficado na 22ª posição, de 38 competidoras. Pelos meus cálculos, teria se classificado para as Olimpíadas se fosse o evento qualificatório.

 Descontando a flutuação de nota normal para essa competição, não podemos esperar que ela lute por medalhas no Mundial, mas tem chances reais de passar para o programa longo e até mesmo de se classificar para as Olimpíadas.

Isso é bom? Para mim, é ótimo. O Brasil simplesmente não tem locais apropriados para treino dentro do país. O post sobre escolas de patinação é um dos mais procurados do blog e infelizmente a maioria das pessoas deve ter se decepcionado com a falta de opções ao lê-lo. É até triste imaginar quantos talentos são perdidos assim. Poucos países chegam nas Olimpíadas, e a grande maioria deles tem muito mais tradição e investimentos no esporte do que o Brasil. A Itália, a Suécia e a Estônia, por exemplo, tem bons rinks, escolas de patinação e tradição no esporte.

Então, a medalha foi sim uma ótima surpresa. Torço para que muitas pessoas aqui dentro tomem gosto pelo sucesso e passem a apostar mais na patinação como um esporte, e não só como um passatempo para crianças no shopping. Ou então nossos atletas no mínimo terão que viver no exterior desde a infância.



Isadora Williams

Isadora nasceu nos Estados Unidos e tem dupla cidadania. Seu pai é americano e sua mãe brasileira. Patina desde os 5 anos de idade e representa o Brasil desde que tinha 13. Foi a primeira mulher a representar o Brasil na patinação nos jogos olímpicos de inverno de Sochi (2014).
Ela já conseguiu medalha de bronze no Golden Spin of Zagreb de 2012. Ela também conquistou a medalha de prata no Santa Claus Cup. Ela também já participou do Campeonato Mundial em 2013 e do Campeonato dos 4 Continentes em 2015. Recentemente competiu no Sophia Trophy e levou a medalha de ouro! Agora Isadora se prepara para o Campeonato Mundial deste ano, que será em Helsinque, na Finlândia.


Brasileira no Dragon Trophy

No último fim de semana outra brasileira também representou o Brasil no Dragon Trophy, na Eslovênia. Deborah Bell treina na Inglaterra e é a mais nova integrante da seleção brasileira de patinação artística no gelo. Sua pontuação total foi 86.07 (31.62 no programa curto e 54.45 no longo).


Uma medalha de ouro é uma grande conquista para um país onde a patinação artística ainda está engatinhando. Com certeza isso pode aumentar o interesse pelo esporte e quem sabe no futuro não teremos um país mais forte na patinação? 
Vamos torcer!


Até mais!

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