Mao Asada

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Olá, tudo bem?

Hoje vamos falar sobre a carreira de mais uma atleta: Mao Asada. Para quem leu a tradução que fizemos sobre a história da patinação no Japão, dá para ter uma ideia de como essa patinadora começou. Hoje vamos contar mais detalhes sobre a história dela.




Mao nasceu em Nagoya, Japão, em 1990. Começou a fazer balé aos três anos e parou aos nove, quando começou a patinar de forma mais séria. Sua família tem muitos recursos, e pôde ajudar sua carreira nas etapas iniciais. Sua irmã, Mai Asada, também é patinadora e chegou a ganhar uma etapa do Grand Prix Junior e a ficar em sexto lugar no Campeonato dos Quatro Continentes em 2006.

Uma importante ajuda nos primeiros anos foi a atuação de sua mãe, Kyoko, que fazia de tudo para ajudar a carreira das filhas, chegando até mesmo a escrever cartas para técnicos e se mudar do país quando foi preciso. Além disso, o programa da federação japonesa de enviar jovens atletas para competições internacionais também contribui para sua formação como patinadora profissional.

Mao começou a competir na categoria júnior internacional na temporada de 2004-2005. Chegou a final do Grand Prix Junior, onde conseguiu a medalha de ouro, superando Yuna Kim, que seria sua grande rival por quase toda a carreira. No mesmo ano, participou do campeonato japonês sênior, conquistando o segundo lugar. No Mundial Júnior obteve a primeira colocação, novamente superando Yuna.



Tradução:  
"Tudo o que posso fazer é continuar a praticar e me concentrar em colocar o meu melhor no que faço". (fonte)

Em 2005-2006, Mao subiu para a categoria sênior internacional. Com 15 anos obteve a vitória na Final do Grand Prix, superando atletas que seriam medalhistas nas Olimpíadas de 2006. Infelizmente, Mao não pode participar dos Jogos por não ter idade mínima para a competição. No Mundial Júnior de 2006, foi superada por Yuna, ficando com o segundo lugar.

No ciclo olímpico para a Olimpíada de 2010 Mao obteve bons resultados, como vitórias na Final do Grand Prix de 2008, no Campeonato dos Quatro Continentes de 2008 e no Mundial de 2008.

Apesar disso, há também uma história mais triste. Em 2008, seu técnico, Rafael Arutunian, a deixou antes do mundial, pois Mao por algumas vezes não foi a seu centro de treinamento na Califórnia e em vez disso pediu que ele fosse ao Japão. Anos depois, Arutunian descobriu que o motivo era que Kyoko estava doente e precisava de tratamento, não sendo possível para Mao se ausentar do Japão. Recentemente, ele contou a história, afirmando que se sente mal por tudo e dizendo que se soubesse da doença da mãe dela as coisas seriam diferentes. Hoje, eles são amigos e Mao é grata por tudo o que ele ensinou. Esse caso está descrito com mais detalhes aqui

Nas Olimpíadas de Vancouver de 2010, Mao entrou para o Guiness por ser a primeira mulher a executar três Triplo Axels em uma competição: dois no programa longo e um no curto. Apesar disso, não conseguiu superar Yuna Kim, e ficou com a medalha de prata.


Mao, Yuna e Joannie Rochette nas Olimpíadas de 2010 (da esquerda para a direita)


 Fonte


Mao venceu vários outros campeonatos importantes após as Olimpíadas, mas também teve notícias tristes. Na Final do Grand Prix de 2011, ela abandonou a competição porque sua mãe estava muito doente. Ela acabou morrendo antes que Mao conseguisse chegar ao Japão. Kyoko tinha apenas 48 anos.

Nas Olimpíadas de 2014, em Sochi, Mao viveu altos e baixos. Seu programa curto teve uma série de problemas, o que lavou-a a décima sexta colocação, praticamente acabando com a possibilidade de medalha. Após a apresentação, o antigo Primeiro Ministro do Japão e chefe do comitê organizador das Olimpíadas de Tokio de 2020, Yoshiro Mori, criticou a atuação de Mao, dizendo que ela tem o hábito de sempre cair nos momentos mais críticos.

No dia seguinte, Mao conseguiu superar seus problemas e não se abalar com as críticas. Seu programa longo foi emocionante e impecável. É a apresentação feminina de que eu mais gosto até hoje. Ao terminar o programa, Mao chorou bastante. Foi a segunda melhor pontuação da noite, superada apenas pelo programa da medalhista de ouro, Adelina Sotnikova (a meu ver, injustamente, porque a apresentação dela foi bem melhor). No final, Mao ficou em sexto lugar.


Fonte

Logo após as Olimpíadas, Mao ganhou mais um Mundial e parou de competir e não participou da temporada 2014-2015. Ela voltou na temporada 2015-2016 e conseguiu se manter na elite da patinação. Chegou a Final do Grand Prix e ficar em terceiro lugar no campeonato japonês.

Na atual temporada, os resultados não tem sido bons. Muito se especula sobre as condições físicas dela, já que não tem tentado o triplo Axel. De concreto, temos apenas as colocações muito abaixo de seu histórico, chegando a ficar em décima segunda posição no campeonato japonês. Apesar disso, Mao diz que vai participar da próxima temporada.


Detalhes técnicos e recordes

Além de ter realizado três 3Axels em uma competição, Mao também teve outros feitos. Conseguiu realizar uma combinação de 3Axel - 2Toe durante a Final do Grand Prix de 2008. Foi a primeira atleta a executar um 3Axel na categoria júnior. Também é a mulher com maior número de títulos da Final do Grand Prix. Durante sua carreira, teve alguns recordes de pontuação, todos já quebrados.

Além dos 3Axels, Mao também é conhecida pela boa flexibilidade nos spins e pela beleza nas apresentações, fruto de sua experiência como bailarina.


Vida pessoal

Mao é muito famosa no Japão, tendo participado de vários comerciais e programas de TV. Separamos dois exemplos abaixo: um programa de TV com ela e a Yuna e um comercial da Olympus:







Vídeos das apresentações nas Olimpíadas


2010 - curto



2010 - longo



2014 - curto


2014 - longo



Vamos ficando por aqui. 
O post foi grande, pois a carreira dela é bem longa (e ainda nem terminou). 
E então, há algum patinador que vocês queiram ver nessa série?

Até mais!

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